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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Buenos Aires Parte I


Sobrevoando Buenos Aires uma característica nos impactou logo de cara: o desenho ortogonal. Centenas e centenas de ruas ligadas por quadras em perfeitos ângulos de 90 graus! Aquele organização espacial nos anunciava o quanto seria tranquilo o nosso processo de reconhecimento de área. Construções perfeitamente organizadas contrastavam, ora ou outra, com uma vasta cobertura verde, fazendo uma mescla muito linda de se ver. Aterrisamos anciosos, enquanto naquele saguão lotado, nos esperava um grande irmão: Dani Cottiz. Aquela figura engraçadíssima e afetuosa despontou na multidão com um enorme sorriso. Vestia uma camiseta que dizia "Capoeira" e tinha uma pequena bandeira do Brasil. Aquele singelo gesto de boas vindas, com um apertado abraço nos fez, literalmente, sentirmos em casa.



Entre gargalhadas, muito portunhol, tomamos o carro e seguimos para o centrão de Buenos Aires: o famoso Obelisco, Teatro Colon Evita Peron....é "hermanos" entramos no clima. Impossível não se envolver com essa cidade logo de cara!
Em Buenos Aires tudo acontece no centro. Chegamos na bela Av. Santa Fe, onde passaríamos os próximos dias.
Preocupado em que ficássemos mais a vontade, nosso amigo nos ofertou com todo carinho um apartamento no exclusivo no mesmo prédio em que morava. Assim, arriamos as malas e depois de uma bela ducha seguimos para comer em um dos seus redutos preferidos , o famoso El Cuartito.
Caminhamos por 2 ou 3 quadras até a Calle Talcahuano. Essa simpática pizzaria inaugurada em 1934 e um ambiente super tradicional, segredo dos portenhos. A decoração com a temática de futebol, quadros antigos, mesas de madeira criam um clima de descontração que nos identificamos muitíssimo.
Para abrir os serviços, Dani nos anfitriou com um belo Moscato  (especie de vinho leve e adocicado), que parece ser parte dos costumes das pizzarias portenhas.
Essa deliciosa bebida envolve um ritual ou um rito como dizia nosso amigo: moscato, gelo, água gasosa e novamente um "pingado" de moscato. Assim começou a nossa tarde no El Cuartito: moscato, empanadas e boa conversa.
Aliás vale salientar que em BA a empanada é muito típica! Experimentamos exemplares em todo canto, mais tarde diremos qual foi a nossa "top one" ;)
A empanada para eles, não é a mesma que conhecemos. Empanada na argentina é uma espécie de salgado com formato de pastel e massa de esfiha, comemos alguns com massa folheada também. Tradicionalmente ela é feita com carne e é ligeiramente apimentada.
Logo depois degustamos o que se tornou uma "obsessão gastronômica" ao longo da viagem: a fugazzeta de mozzarela, azeitona e cebola. Só de lembrar o estomago ronca. :/
Para completar essa farra calórica, nos rendemos a uma sobremesa igualmente típica, que apelidamos de "trio parada dura": pudim, doce de leite e chantilly em um só combo.



Dali voltamos caminhando (ainda bem...) para a Avenida 9 de julho, onde em um edifício garagem, pegaríamos o carro para continuarmos o passeio.
Seguimos pela enorme avenida Figueroa Alcorta, ao som de Mano Chao. Encantados com a arquitetura, os espaços públicos geométricos, toda composição da cidade é realmente fantástica. Paramos em frente a Faculdade de Direito onde Dani  se graduou, mas do que isso, como ele próprio diz: "por onde ele pode mudar toda sua vida". Um edifício belíssimo neoclássico do ano de 1949 com um enorme passeio público rodeado de área verde e espaços abertos o deixam ainda mais pleno e bonito. Sentimos o quanto é especial essa lugar para nosso amigo, subimos uma pequena ponte acima da avenida ( a "Puente Peatonal"), em um momento raro de silêncio. O olhar de Dani viajou no tempo e simplesmente suspirando disse: "irmãos,isso aqui mudou tudo". Dali avistávamos boa parte da avenida, a Recoleta a esquerda, o Museu de Belas Artes, o Modena Design, a linda Plaza Jose de Urquiza e à direita a bela e reluzente "Floralis Genérica". Esse monumento do artista argentino Eduardo Catalano se tornou um dos ícones de BA: uma enorme flor de alumínio e aço. De um lado da Faculdade, a Flor de aço; do outro, a flor da vida. Uma arvore com uma copa densa e florida. Essa imagem ficou.


Nesse mesmo dia, nosso amigo nos levou até Haedo para conhecermos a casa onde ele nasceu e onde até hoje vive a sua família. Haedo é uma pequena cidade da Argentina, localizada na província de BA, ou seja na região metropolitana. Nesse encontro pudemos conhecer Pedrito e Pochita, seus pais, um lindo casal que vive juntos a mais de 60 anos e a sorridente Analía, sua irmã. Essa família nos recebeu com todo afeto. Sentamos a sombra da parreira e tomamos um mate juntos. Compartilhar o mate é algo muito singular na cultura deles e assim o fizeram conosco. Nos sentimos muito especiais. Percebíamos todo esforço que faziam para compreender nosso português, falávamos lentamente e escutávamos atentamente também. E a comunicação fluiu, com o sábio Pedrito disse: " cuando se desea entender, es posible." 
Foi um lindo final de tarde, cheio de lições e emoção... mas esse momento merece um post exclusivo: Pedrito e Pochita são uma história a parte nessa viagem. Sabe, aquelas pessoas que você sente que estava destinado a conhecer? Pois é.



sexta-feira, 14 de março de 2014

Trip Surf- - Baixio-Litoral Norte- BA- Parte II

Voltando da Lagoa Azul, os pequenos vieram de "reboque" !rs O sol já estava quente e a resistência deles já estava abatida. Parávamos apenas para que eles se hidratassem. Os shih-tzus pelo próprio porte e pela estrutura do seu focinho achatado não tem resistência para longas caminhadas. Como os nossos desde sempre nos acompanham nas empreitadas aguentam um pouco mais que os "shih-tzs normais", porque eles nadam, surfam, treinam conosco. Mesmo assim, temos que compreender as limitações e adequar muitas vezes o tipo de trilhas que fazemos quando estamos com eles. Filho é filho :)




Já chegando na vila, avistamos algumas lavadeiras na lagoa. A sorridente Eliane nos contou que lavava tanto roupas da sua família como também para "fora", e assim prover o sustento dela e da sua pequena filha, Ester. Relatou o quanto esse hábito é antigo em Baixio e que muitas mulheres, anos atrás, lavavam roupa na Lagoa Azul que havíamos visitado. A própria mãe dela e a avó, caminhavam naquela trilha com bacias de roupa na cabeça logo cedo, lavavam, por ali estendiam e voltavam no final do dia. Nos despedimos e seguimos para a Pousada que ficava ali pertinho.
Foi o primeiro lugar de praia que visitamos que não fomos direto ver o mar. Dizer que o mar em Baixio é lindo, seria redundante. Mas, chegar pra conhecer o mar no final do dia, foi uma coincidência poderosa: assistimos o "por-do-sol-cor-de-rosa" mais lindo das nossas vidas!



A costa em Baixio é própria para o surf, mar aberto e ondas grandes. São diversos picos bastante frequentados ,principalmente para o Surf de Pranchinha. Porém existem diversos pontos que formam piscinas naturais na maré baixa e o banho é delicioso.
Caminhamos pela pequena orla com os nossos amigos da Lagoa Azul, que nos convidaram para um passeio no dia seguinte. Disseram que para praticar stand up seria perfeito!





Fizemos uma caminhada de cerca de 15 minutos por dentro do mangue até chegar a praia da Barra. Os homens se encarregaram do peso, eu e Cris conversávamos e o pequeno Gabriel caminhava concentrado com seu jereré: estava determinado a pegar a maior quantidade de siris possível! :)  Para quem não conhece o jereré nada mais é que uma armação metálica com uma rede, na qual são colocadas as iscas para a pesca. Muito tradicional aqui no Nordeste.
Logo avistamos aquele "lagomar" infinito e ficamos sem palavras! A praia da Barra é justamente onde o rio encontra o mar, é maravilhosa. Águas calmas, excelente para banho.
Realmente, eles entendiam das coisas! Foi uma remada perfeita! Cris até se arriscou a remar sentada! O pequeno Gabriel remou conosco. Passamos um dia incrível.



Foi ali também que conhecemos o artista das Luminárias de PVC. No fundo da sua casa apenas com tubos de PVC e estilete ele cria os desenhos mais incríveis. E ainda aceita desafios do tipo: escolha seu tema e eu desenvolvo a luminária!
Resolvemos divulgar aqui, porque as pessoas precisam conhecer o trabalho dele. Esse talento não poderia ficar escondido. Parabéns,Júnior! Atualizarei o contato dele aqui no blog.



Baixio foi uma experiência única em nossas vidas. Não apenas pelo local que é maravilhoso, mas pelas pessoas que pudemos conhecer por lá. São encontros de histórias tão diferentes e no fundo tão iguais... Essas pessoas abriram suas casas para nós, nos doaram seu tempo, sem ao menos nos conhecer. Esse foi um gesto que jamais poderemos esquecer...
Com todo afeto, nos prepararam uma bela moqueca de peixe na nossa despedida, inclusive com os siris pescados por Gabriel! :) São coisas que não passam em branco.
E assim Baixio, deixou saudade. Carregamos as baterias a 100% e seguimos, novamente no por do sol. Acima do ótimo! :) Saímos de lá com um pouco mais de história, um pouco mais de imagens, um pouco mais de aprendizado e com um bocado mais de afeto. 

  • "Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só; deixa um pouco de si, leva um pouco de nós."  Antoine de Saint-Exupéry



quinta-feira, 13 de março de 2014

Trip Surf- - Baixio-Litoral Norte- BA- Parte I


Geograficamente, Baixio não estava no nosso roteiro para essa viagem.
Explicaremos o porquê: o objetivo dessa Trip Surf era explorar o Litoral Sul da Bahia até Itacaré. Baixio faz parte da Costa dos Coqueiros, ou seja, Litoral Norte da Bahia.
Já estávamos voltando pra casa quando resolvemos esticar três dias em Baixio. Duas semanas antes de viajar vimos uma reportagem sobre esse paraíso. Ficamos encucados em não conhecermos um lugar lindo e tão próximo de Salvador. Apenas 124 km "subindo".
Na estrada, ocorreu o estalo, e porquê não? Então vamos lá. E como Deus prepara tudo perfeito, antes  mesmo que a gente pense a respeito, a viagem superou e muito, as nossas expectativas.

Fonte: Conhecer Baixio


Baixio é rústico, simples. Não espere um grande balneário ou uma vila sofisticada como Praia do Forte, mas a natureza irretocável de lá, dispensa qualquer adorno.
A sensação é que tudo está no seu devido lugar, sem tirar, nem por. 
A vila de casas simples, pessoas comuns indo e vindo. O tempo passa devagar. Baixio ainda está preservado do turismo exploratório. Não é um lugar de figuração: as pessoas são reais, vivem naquelas casas, conversam sentados na porta. As mulheres repousam na areia, a espera de pequenos barcos que trazem o sustento e também os seus maridos de volta para casa. Dá pra se sentir em um livro de Jorge Amado. É lindo.
Quando chegamos, nos deparamos com uma sequência de coqueiros, marcando o acesso ao paraíso: final de tarde, lindo por-do-sol,  recepção perfeita...


Ao chegarmos na pequena vila, procuramos uma Pousada que havíamos pesquisado na estrada, chamada Lagoa Azul.
O local é administrado por um casal que nos recebeu muitíssimo bem. Tudo muito limpo e organizado. Além de uma cozinheira de mão cheia! Tudo muito gostoso! Comemos uma moqueca de siri com camarão que "vamos respeitar", de tirar o chapéu!




Foi lá que nos indicaram o passeio que dava nome a Pousada, a famosa Lagoa Azul.
Logo cedo, colocamos a mochila nas costas. A trilha é de 1,5 km na areia. Se não é afeito à caminhadas, podemos afirmar, com toda certeza, que vale a pena cada passo dado.


O caminho já é um prenúncio do que vai encontrar: um ecossistema de restinga, belíssimo, típico de regiões litorâneas permeia a trilha. Ora mata fechada, ora árvores frutíferas, ora vegetação rasteira, ora flores brotando da areia! Verdadeiramente encantador! Toquinho e Lis estavam em casa! Corriam pra lá e pra cá nos convidando a seguir.



Depois de um pequeno aclive, avistamos a lagoa na parte mais baixa.
Definitivamente é linda! Areia branca, água transparente refletindo o céu azul, na margem frontal. Na parte interna da lagoa, devido ao habitat sub-aquatico a água começa a escurecer. Esse contraste é incrível e perfeito! No local, havia uma única família. Nossos pequenos promoveram o "aproach", como de costume. As crianças se aproximaram e convidaram Toquinho a subir em um pequeno bodyboard em que eles brincavam. Lis prontamente o seguiu e subiu na outra prancha. E tudo virou uma festa naquelas águas :)







Da Lagoa, subimos um pequeno morro, até o ponto mais alto. Dali pudemos ter um vista geral da área e um 360 graus indispensável de grande parte da costa.
Vale a pena, depois de um banho delicioso, juntar forças e subir até lá. ;)



Passamos uma manhã maravilhosa. Banho, muito papo, muito caju. A essa altura, já conhecíamos toda a família. Cris, hoje posso chamá-la assim, nasceu no Rio de janeiro, porém toda sua família é de Baixio. Ela, seu esposo Welinton, sua mãe e os filhos Andressa e Gabriel vivem no Rio, mas passam todas as férias em Baixio. Lá ela se encontra: cumprimenta todos na rua, se sente verdadeiramente em casa. Dava pra perceber o quanto os olhos dela brilhavam quando falava daquele lugar. E isso era totalmente compreensível.
Como local, gentilmente se dispôs ao que precisássemos. 
Cris é uma pessoa incrível, cheia de alegria de viver.
Toda aquela família é um reflexo da hospitalidade de Baixio e foi através deles que conhecemos a essência desse lugar... mas isso é história para outro post. ;) Até mais.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Trip Surf - Parte VIII- Maragogipinho,Maragogipe, Cachoeira e São Felix- BA

Essas cidades entraram literalmente por acaso no nosso roteiro. 

Na estrada em direção a ilha, nas imediações de Nazaré, avistamos a placa que dava acesso a cidade de Maragogipinho, a terra do artesanato de barro.
Pegamos a "Estrada do Dênde", estava muito, muito ruim. Mas, por tudo que ouvíamos falar, da riqueza do artesanato local, valia o sacrifício! Chegamos a uma praça onde estavam localizadas todas olarias da cidade e foi difícil escolher por onde começar!
A variedade é enorme! Aliás, grande parte do artesanato vendido em Salvador e no famoso mercado Modelo, chega de barco, lá de Maragogipinho. Fomos na fonte do ouro!

São milhares de casinhas cheias de vasos, bonecas, panelas, placas, uma sequência enlouquecedora! Parecem vender os mesmos artigos, mas olhando com carinho perceberá artistas fantásticos, normalmente trabalhando lá mesmo, no fundo do comércio. Compramos panelas de barro maravilhosas, por R$10,00, R$13,00, R$15,00 no máximo. Tudo feito ali, a mão. Compramos também um casal de João e Maria, pintados a mão e uma baiana bem colorida, cheia de graça.
Depois de realizarmos um verdadeiro milagre para guardar tudo no carro, saímos felizes de lá e seguimos nosso rumo.



Voltando em direção ao ferry-boat nos deparamos com uma fila quilométrica. Como já estava anoitecendo, resolvemos dormir na ilha e seguir viagem no dia seguinte.

A primeira praia é a praia da "Gameleira", pela proximidade do ferry, resolvemos procurar uma pousada ali mesmo. As ruas já começavam a ter um "movimento diferente" : haveria a tal "Festa dos Cavaleiros". Depois de visitar pousadas que mais pareciam casas abandonadas de filme de terror, resolvemos ficar, em uma, que parecia ao menos por fora, mais tolerável.
O protocolo começou ainda na porta, com a resistência da gerente em aceitar os cachorros...alguns minutos de conversa, já muito cansados e famintos, conseguimos entrar.
A essa altura, a cidade já estava polvorosa, literalmente. Fogos de artificio por toda parte, nossos cães assustados e um clima bem esquisito na rua.

Já sentimos a pressão, subindo as escadas estreitas do local. Paredes sujas, piso nem se fala. Não entendemos, sinceramente, alguém sair de sua própria casa, para pagar e ficar naquele lugar. Tudo cheirava a mofo, tudo muito velho, sujo, mal cuidado. Sem contar que depois de acertamos tudo nos disseram que não teria café da manhã, pois " eles não faziam café dia de segunda-feira." Se bem que diante daquela cena, não tomar café seria uma grande sorte. Quando vi o quarto e o banheiro, sinceramente, não entendi porque tanta recomendações aos nossos cachorros. Sendo muito sincera, eles estavam infinitamente mais limpos que aquilo lá. Sem contar nos vergonhosos R$120,00 na diária! Como assim?

A verdade é que essa pousada reflete a realidade de boa parte da Ilha, pois o que vimos lá foi muito lixo e muita marginalidade. Só para constar, um funcionário muito cordial da referida pousada, aliás o único que salvava naquele cenário de horror, nos informou que na festa do dia anterior haviam 5 pessoas baleadas. É lamentável ver a situação de abandono em um local que passamos férias diversas vezes nas nossas infâncias. A praia em termos de beleza natural é muito linda, mas a situação do local é crítica. Acho que a Ilha faz parte da infância/ adolescência de praticamente 90% dos soteropolitanos. Estamos ouvindo falar da ponte de ligação Ilha-Salvador, será que revitaliza? Vamos aguardar...

No outro dia a situação da fila de carros no ferry-boat era infinitamente pior que o dia anterior, pensamos rápido e fomos por terra. E já que vamos por terra, vamos conhecer mais lugares! Esse é o lema! :)

Primeira parada, Maragogipe! Sempre ouvimos sobre o potencial de Maragogipe no que diz a respeito a turismo ecológico e turismo náutico. Prato cheio pra gente!
Geograficamente, o município situa-se exatamente no ponto de encontro do rio Paraguaçu com o rio Guaí, formando uma enorme lagoa conhecida como Baía do Iguape. Toda a região é cercada por manguezais e possui um atracadouro para embarcações de grande porte.



Haviam pequenas embarcações saindo para os povoados próximos, lembro que remávamos com platéia ...rs O visual do porto é muito bonito, embora tenhamos achado a cidade um pouco mal cuidada.
Seguimos estrada  rumo a Cachoeira e São Félix. Essas cidades estão situadas a beira do Rio Paraguassu. Cachoeira inclusive tem o título de "Cidade Monumento Nacional"  por suas igrejas, museus e todo acervo de arquitetura barroca. Por essa razão, tínhamos uma visão bem romântica dessas cidades históricas, porém o que vimos, infelizmente, foi sujeira e marginalidade.
A única coisa que podemos registrar foi a Imperial Ponte D. Pedro II (1865) construída sobre o Rio Paraguaçu. Passamos por ela ao transitar de Cachoeira para São Félix , que aliás são cidades irmãs. A imponente ponte  é constituída de ferro e madeira importados da Inglaterra na ocasião,e representou na época uma grande evolução tecnológica e de engenharia para toda América do Sul.
Lembro de estarmos fotografando um protesto pichado no muro e um rapaz de meia-idade, com o rosto todo cortado se aproximou de nós pedindo dinheiro. A figura parecia estar sob efeito de drogas e no tom que falou, mais parecia uma ordem. Num súbito gesto de proteção, meu marido bradou para que ele se afastasse... assim, ele foi embora. Ficamos muito assustados com a situação. Minutos depois, pedíamos informação a um grupo de senhores sentados na praça e outro homem se aproximou do carro de forma muito suspeita.
Nesse clima de tensão, deixamos essas cidades e confesso que apesar de todo acervo arquitetônico e história que elas abrigam, não pretendemos voltar...




Edificações barrocas, antiga estação de trem e Rio Paraguassu.













Trip Surf - Parte VII- Taperoá, Cachoeira do Paripe e Cachoeira do Tremembé.


Às margens do canal de Salgado está localizada a pequena cidade de Taperoá. Vimos a placa na estrada e resolvemos entrar despretensiosamente... e que agradável surpresa nós tivemos!

Cidade simpática e organizada, de um povo extremamente cordial. O clima é de "cidadezinha do interior mesmo" ! Praçinha, coreto, pessoas sentadas na rua conversando, mulheres na janela vendo o tempo passar...



Ao entrarmos na cidade seguimos a placa que indicava o pier. Chegamos a uma linda praça: banquinhos pintados cuidadosamente com detalhes em vermelho, bem arborizada, árvores de topiaria, uma pizzaria e uma ponte que levava ao pier. Paramos o carro e fomos caminhar pela praça. Os pequenos pularam eufóricos do carro! Ventava muito e como não conhecíamos a região, deixamos para remar no dia seguinte. Por sorte, havia uma pousada bem em frente a essa praça chamada BelaVista. Alguns senhores sentados na porta conversavam e nos indicaram uma entrada lateral.

Lá conhecemos o proprietário, o simpático Dilson, que nos tratou muitíssimo bem. Apesar de não possuir estacionamento, o mesmo se disponibilizou a guardar nossas pranchas na recepção da Pousada.

Passamos uma noite agradável numa pizzaria em frente a Pousada; um telão com muitos shows de samba divertia os locais, nos pareceu um ponto de encontro bem forte na cidade.
Taperoá preserva diversos prédios históricos e essa sensação de "bem cuidado" perpassa pelas casas e pelos espaços públicos. No dia seguinte, logo cedo, fomos para água. O pier de atracação é chamada hoje de Ponte Nova. Além de receber escunas, saveiros e veleiros é um ponto de apoio para pescadores e produtores agrícolas.Quando chegamos, meu marido foi fazer o nosso tradicional reconhecimento e fiquei sentada no pier com os pequenos. Toquinho estava eufórico para cair na água e no meu primeiro descuido... se jogou! Vale salientar que cachorros naturalmente nadam, os nossos.. nem se fala! Mas a minha preocupação era que ele resolvesse nadar até a margem. A distância era muito grande para ele. A distância do pier até o topo da água era significativa, num ato instintivo me debruçei completamente na base para resgatá-lo e começei a chamá-lo : " Vem, papai"...Num gesto de confiança, ele me olhou e nadou rapidamente em minha direção, assim pude puxá-lo pela pontinha da guia. E assim, compramos os coletes salva-vidas para nossos dogs ;) Ufa! Uma dessas, nunca mais...



Apesar do episódio, a remada foi bem bacana! O local estava cheio de crianças: a brincadeira era pular do pier, mergulhar, nadar até uma marcação de madeira e voltar e novamente pular, num ciclo contínuo... que preocupações teriam? Que grandes pretensões teriam? Observando-os, entendi que nenhuma para ambas as perguntas. Se divertiam de forma pura e absolutamente verdadeira. Eles sabem, com toda certeza, a melhor forma de viver a vida. Alguém duvida? :)Conversando com locais, descobrimos que a água dali é poluída e só utilizam para banho quando a maré enche e "limpa" a mesma. É muito triste constatar que na maioria das cidades na região, não existe uma preocupação com a destinação do esgoto e nem tampouco com o seu tratamento.Fechamos a nossa visita, no ponto mais alto da cidade, onde descobrimos a secular Igreja de São Brás. De lá tivemos uma vista maravilhosa de toda a cidade e do braço do mar onde remamos, com a ilha de Cairu ao fundo.


Taperoá tem grande vocação para ecoturismo, a região abriga belíssimas cachoeiras e lagoas. Nos indicaram a Cachoeira do Paripe, que era a mais próxima e lá fomos nós! O acesso é pela BA-001, onde percorremos uma trilha de cerca de 1km. Essa bela cachoeira cai de uma altura de pouco mais de 1m , formando uma pequena lagoa na base. A área é cercada de verde e vimos algumas famílias aproveitando o local. Infelizmente, alguns, deixavam restos de comida e plásticos, mas enfim, como já sabemos, "onde chega o homem, chega a destruição".


Quando saímos dessa cachoeira vimos uma placa indicando outra chamada "Cachoeira do Tico Tinga".Decidimos seguir as placas e procurá-la. Rodamos por uma estrada de barro sem ver absolutamente nenhum sinal dela... Estávamos quase desistindo quando avistamos um enorme lixão. Não acreditando, nos aproximamos e vimos um casal de senhores "garimpando" o lixo, se é que é esse o termo adequado....sendo lixo, não acredito que se pode extrair algo de lá, mas enfim... quando nos aproximamos, percebemos que o que estávamos vendo era a "ponta do iceberg": tinha lixo hospitalar, crianças e animais perambulando ali.Foi de cortar a alma. Numa viagem em que vimos tantas coisas lindas e nos sentimos honrados todo o tempo em poder fazê-lo, é um choque ver que existam pessoas vivendo daquele jeito, ali, perto de nós.




Logo após o lixão tinha uma pequena comunidade de pouco mais de dez casas, absolutamente humildes: vivem reclusos de tudo! Perguntamos sobre a cachoeira, já com o nosso ânimo reduzido a quase nada, e foram alguns rapazes que estavam na porta de uma das casas que nos falou: " ihh, essa cachoeira nem tem mais! uma empresa comprô tudo aí e num cuida naum, virô tudo mato." Um minuto de silêncio. E Viva o Brasil! Todo mundo faz o quer, basta ter dinheiro. Revolta, tristeza, impotência... assim nos despedimos dos rapazes e seguimos viagem...
Decidimos subir direto até o Ferry-boat, passar por Salvador e subir rumo ao Litoral Norte. Foi quando na estrada, na entrada de um povoado, um garotinho franzino de cerca de 10 anos de idade começou a acenar freneticamente, quando paramos, ele abriu um sorriso e disse: " sou guia, vocês querem ver uma cachoeira bonita? Eu levo." Quem resiste? rs
Nosso amiguinho também se chamava Leo ( como o filho do pescador lá de Ituberá..) prontamente abri a porta para que ele viesse conosco no carro. Leo ficou branco, tinha pavor de cachorro! Os pequenos só queriam cumprimentá-lo e abanavam os rabinhos sem parar! Leo ficou igual a um papel e me relatou: " tem um pequenininho desse lá na minha rua e ele me mordeu." Entendendo o trauma dele, dissemos em coro, para tranquilizá-lo: " mas, esses só vão te lamber. ", Ele riu meio sem jeito, coloquei Toquinho no meu colo e seguimos para a Cachoeira do Tremembé. Seguimos na BA-001 até o entrocamento com a BR-030, ali perto, acessamos uma pequena trilha que nos levou topo dessa bela cachoeira, rodeada por extensos seringais.



Os pequenos se animaram com o barulho da água e definitivamente eles adoram água doce! Correram numa pequena ladeira até a base da cachoeira: nos molhamos, bebemos a água, uma delícia! Tudo sob o olhar atento do nosso "mini guia", que a propósito é também um excelente fotógrafo!
No final das contas, Leo já estava bem confortável com Lis no colo, deixamos ele novamente na entrada do seu povoado. Na hora do pagamento, ele disse sem titubear: " pode me dar o que vocês puderem. Eu estou na escola." Recompensamos nosso pequeno guia e nos despedimos. Ele sorriu e se foi...


sábado, 8 de março de 2014

Trip Surf - Parte VI- Ituberá, Cachoeira da Pancada Grande e Praia de Pratigi


Sempre ouvíamos falar da beleza da Cachoeira da Pancada Grande em Ituberá. Resolvemos nesse roteiro incluir uma parada por lá e ver com nossos próprios olhos. A cidade de Ituberá é muito simpática e acolhedora. A antiga "Vila de Santarém" é um ponto de conexão entre o centro e o litoral Baixo Sul do Estado da Bahia. Apesar do caos do comércio central ser "digno de cidade grande", Ituberá conserva em muitos pontos a simplicidade de cidade do interior, inclusive na simpatia do povo. Geograficamente, Ituberá está localizada entre montanhas íngremes e os belos manguezais do Canal do Serinhaém, cortada literalmente ao meio pelo Rio Santarém.


Ao chegarmos na cidade, procuramos um local para ficar e descobrimos ao lado da pista de pouso da cidade um hotel chamado "Tropical". Lá, foi o simpático Cristiano que nos recebeu e nos indicou a praça da cidade para comermos algo a noite. O hotel foi um excelente custo-benefício: boa cama, bom banho e café da manhã reforçadíssimo. Além disso é um dos poucos hotéis na cidade que possuem estacionamento fechado.

Depois de nos "alojar" subimos a rua do hotel em direção a um dos mirantes da cidade. A vista é lindíssima: lá estava o Canal de Serinhaém e seus belíssimos manguezais. Descemos prestamente em direção ao pier de atracação, pois o sol já estava se pondo. Era a hora perfeita para uma bela remada.
Chegando no pier, paramos o carro e partimos para o "reconhecimento" da área. Um nativo que estava pescando no local, muito cordialmente "puxou conversa". Estava curioso sobre o stand up paddle, se aproximou e pediu orientações. Mesmo assim, não se encorajou a tentar. Como percebeu que estávamos com dois longboards no carro, rapidamente nos perguntou: " Vocês conhecem Pratigi? Fica pertinho, 30 km daqui e lá tem onda para vocês." Depois de dias apenas remando, o sorriso do meu marido deu um laço na cabeça de tão grande que ficou. Queríamos um pouco de onda também ;)
A remada ali foi muito gostosa. Pôr-do-sol perfeito. A luz riscava a água cintilante. Pequenos barcos indo e vindo dos povoados ribeirinhos dali. Uma cena muito bonita de se ver. As crianças das comunidades vizinhas, começaram a se aproximar, sentaram na escada de acesso a água e nos observavam.
Num descuido, na minha chegada, perdi o remo, o mais corajoso rapidamente caiu na água para resgatá-lo. O simpático Leo era filho de pescador e dominava muito as braçadas. Com olhar curioso, perguntou se o stand-up era " como uma canoa", foi aí que meu marido o convidou para uma remada. Leo se saiu muito bem e todos nós saímos felizes de lá.


A noite, conforme nosso amigo do hotel indicou, fomos até a Praça da cidade procurar algo para comer. Diversos quiosques, uma ciclovia, parque infantil, optamos pela "Cabana Mineira" . Pedimos um "caldo de sururu" que estava delicioso e Sr Manoel gentilmente nos indicou o que estava " disponível no cardápio". Comemos uma bela carne do sol, com arroz, feijão e salada à um preço justo. Local simples, gostoso e atendimento nota 1000. 
O roteiro para o dia seguinte era visitar a Cachoeira da Pancada Grande logo cedo e de lá seguir para Praia de Pratigi. Depois de um belo café da manhã, pegamos estrada.
Na BA-001, ao lado da ponte sobre o Rio Serinhaém, vimos a placa de acesso. Percorremos um trecho, cerca de 500m de estrada de barro rumo a cachoeira. Tudo muito organizado. Pelo que entendemos, a cachoeira está localizada em uma área que pertence a Michelin, então a empresa se encarrega de preservar a área. De fato, estava tudo muito bem sinalizado e limpo. 



A cachoeira é estonteante, a queda de 60 metros chega a assustar tamanha potência da água. O caminho percorrido do estacionamento até a base da cachoeira é belíssimo. Plantas nativas, seringueiras, flores exóticas vão permeando o caminho até o "Gran finale". Próximo à cachoeira estão as ruínas da casa de máquinas de uma antiga usina hidrelétrica.


Ao lado da base, vimos uma escadaria que dá acesso ao topo da Cachoeira. Imaginamos o quanto essa vista deve ser linda, mas resolvemos não subir por conta dos pequenos.
Conclusão: a cachoeira é linda, porém, como o acesso é fácil e é um ponto turístico bem conhecido, é também bastante cheia também. Então recomendamos a visita para apreciação apenas e não com a idéia de "desfrutar o paraíso". 



Cerca de 20 km dali chegamos a Praia de Pratigi, o acesso apesar de asfaltado, estava bastante ruim.  Chegamos a uma enorme rotatória com algumas pousadas e seguimos o caminho da praia. Coqueiros por toda parte, mata atlântica exuberante e uma fauna peculiar. Pratigi é uma pequena vila de pescadores; um paraíso quase intocado. A região atualmente é um pólo de esportes de aventura, tais como mergulhos, rapel e trekking.


Um extensa faixa de areia branca e fina convida a  longas caminhadas num horizonte sem fim. A praia é praticamente deserta: uma barraca de praia ali e outra aqui, nos acomodamos e fomos direto para água. Entrei com o SUP e meu marido com o longboard. A ausência de um canal para entrar, nos obrigou a "furar" as ondas.  Remei no mar agitado, com muitos peixes pulando a todo momento ao lado da prancha. Mais adiante, meu marido pegou umas ondas "pequenas e gordinhas" com o longboard. Resolvi sair da água com o SUP e pegar o longboard. Tomei uma "capotada" na cabeça, a praia rodou, o som no ouvido abafou. No retorno, a pancada foi no braço esquerdo e pra completar quase me corto na quilha. Essa brincadeira me rendeu uma hematoma enorme no braço, que mais parecia uma pintura tribal. Resumindo a prancha é sua amiga, é o seu apoio em situação de perigo, mas se a onda vier... jogue ela o mais longe que puder, fique longe das quilhas- elas são verdadeiras navalhas e aconteça o que acontecer proteja sua cabeça. Ela se mantendo intacta, te dará condições de sair daquela situação. Embora esse desagradável episódio foi um dia lindo...afinal de contas, aventura é o nosso sobrenome e um pouco de emoção não faz mal a ninguém. É mais história pra contar, não é mesmo? :)




Trip Surf - Parte V- Taipu de Dentro

Essa pequena vila faz parte do Município de Maraú. Como o próprio nome diz, fica na parte interna da Penísula. Na verdade não vimos quase nada a respeito, mas uma placa indicando a sua "existência" ao passarmos na estrada, nos incitou a curiosidade em conhecer... e lá fomos nós.


Passamos por uma rua de casinhas muito simples, paramos em um pequeno mercadinho para comprar frutas. Muito saborosas por sinal! Normalmente as frutas vendidas em cidades do interior são plantadas ali, no quintal, e portanto tem gosto de fruta. Atualmente no supermercado tudo tem gosto de papel, já reparam isso?
Lá perguntamos ao um rapaz que nos atendeu: "onde fica a praia"? Ele respondeu prontamente: " pode 'descê' essa ruazinha aí do lado.." E vendo a quantidade de pranchas em cima do nosso carro, parado bem na porta, completou: " vocês vão gostar, lá tem gente de caiaque e 'disso' aí também", referindo-se ao stand-up.
Fonte: Aurelino Leal
Descendo pela rua que nosso amigo do mercadinho indicou, avistamos uma casa simples; as paredes no reboco desgatado pelo sol, pequenas janelas azuis emolduravam uma senhora repousada no peitoril. A cerca de estacas de madeira agreste e arame farpado limitava o terreno de areia, roupas ao vento e uma bela árvore repleta de flores de um vermelho saltitante!
Nos apressamos em fotografar aquela cena de "Monet à brasileira", mas antes que falássemos qualquer coisa, esboçamos um gesto...e infelizmente, a senhorinha fugiu. Acho que precisamos de um novo método de abordagem...rs



Seguimos até a praia, avistamos um pequeno bar e uma casa com um terreno enorme bem na frente da areia. Como de costume, montamos nosso acampamento e caímos na água.
Observamos que nessa praia o número de crianças era enorme. Talvez, por ser uma praia de águas tranquilas: um braço de mar abrigado. 
Os nossos cachorros são muito amáveis e por essa razão, exercem um grande poder de atração sobre as crianças. Quando descobriram que eles remavam conosco, viramos a atração local. rs
As crianças queriam ver a prancha, ver os cachorros subindo na prancha, queriam pegar nos "cachorros surfistas". Foi muito gostoso aquele carinho todo. 
A capacidade de se encantar com as coisas mais simples, que é próprio da criança, simplesmente nos fascina, é algo que nos alimenta andando por aí.



Remamos cerca de 1 hora, no completo e absoluto silêncio, rompido por vezes pelos nossos amiguinhos animados que pulavam na água e nos acenavam sem parar numa alegria inocente e linda. O tempo estava nublado mas, nada nos impediu de ver a beleza daquele pequeno pedaço de areia, cercado de verde.
Infelizmente, vimos em um site de noticias da região que águas de Taipu de Dentro estão sofrendo contaminação devido as construções de fossas muito próximas aos lençóis freáticos. O site diz assim: "Levantaram uma possível solução com a captação da água do Rio Tremembé situado na Península. Sabe-se que é uma obra cara e requer empenho e recursos governamentais, mas é uma proposta que deve ser pensada já que os lençóis são rasos e tendem a se contaminarem com maior facilidade. A comunidade aguarda uma solução. "
E Viva ao Brasil...um lugar tão lindo..muito triste.

Temos o costume de pegar um conchinha na areia do local onde vamos. Em casa, marcamos com uma caneta a prova d´água, o local. Sabendo dessa particularidade, todas crianças da praia queriam pegar a "concha mais bonita" para gente; se tornou um espécie de competição em quem nos daria "a mais bela lembrança". Sem saber que a melhor lembrança eram eles...
Nos marcou bastante uma garotinha de cerca de 8 anos chamada Maitê, relatou que era de Campinas -SP e estava de férias no local. Quando fomos embora foi aquela tristeza no olhar que nos partiu ao meio. A família da Maitê estava no bar bem em frente a praia, nos cumprimentou e seguimos viagem...