Sempre ouvíamos falar da beleza da Cachoeira da Pancada Grande em Ituberá. Resolvemos nesse roteiro incluir uma parada por lá e ver com nossos próprios olhos. A cidade de Ituberá é muito simpática e acolhedora. A antiga "Vila de Santarém" é um ponto de conexão entre o centro e o litoral Baixo Sul do Estado da Bahia. Apesar do caos do comércio central ser "digno de cidade grande", Ituberá conserva em muitos pontos a simplicidade de cidade do interior, inclusive na simpatia do povo. Geograficamente, Ituberá está localizada entre montanhas íngremes e os belos manguezais do Canal do Serinhaém, cortada literalmente ao meio pelo Rio Santarém.
Ao chegarmos na cidade, procuramos um local para ficar e descobrimos ao lado da pista de pouso da cidade um hotel chamado "Tropical". Lá, foi o simpático Cristiano que nos recebeu e nos indicou a praça da cidade para comermos algo a noite. O hotel foi um excelente custo-benefício: boa cama, bom banho e café da manhã reforçadíssimo. Além disso é um dos poucos hotéis na cidade que possuem estacionamento fechado.
Depois de nos "alojar" subimos a rua do hotel em direção a um dos mirantes da cidade. A vista é lindíssima: lá estava o Canal de Serinhaém e seus belíssimos manguezais. Descemos prestamente em direção ao pier de atracação, pois o sol já estava se pondo. Era a hora perfeita para uma bela remada.
Chegando no pier, paramos o carro e partimos para o "reconhecimento" da área. Um nativo que estava pescando no local, muito cordialmente "puxou conversa". Estava curioso sobre o stand up paddle, se aproximou e pediu orientações. Mesmo assim, não se encorajou a tentar. Como percebeu que estávamos com dois longboards no carro, rapidamente nos perguntou: " Vocês conhecem Pratigi? Fica pertinho, 30 km daqui e lá tem onda para vocês." Depois de dias apenas remando, o sorriso do meu marido deu um laço na cabeça de tão grande que ficou. Queríamos um pouco de onda também ;)
A remada ali foi muito gostosa. Pôr-do-sol perfeito. A luz riscava a água cintilante. Pequenos barcos indo e vindo dos povoados ribeirinhos dali. Uma cena muito bonita de se ver. As crianças das comunidades vizinhas, começaram a se aproximar, sentaram na escada de acesso a água e nos observavam.
Num descuido, na minha chegada, perdi o remo, o mais corajoso rapidamente caiu na água para resgatá-lo. O simpático Leo era filho de pescador e dominava muito as braçadas. Com olhar curioso, perguntou se o stand-up era " como uma canoa", foi aí que meu marido o convidou para uma remada. Leo se saiu muito bem e todos nós saímos felizes de lá.
A noite, conforme nosso amigo do hotel indicou, fomos até a Praça da cidade procurar algo para comer. Diversos quiosques, uma ciclovia, parque infantil, optamos pela "Cabana Mineira" . Pedimos um "caldo de sururu" que estava delicioso e Sr Manoel gentilmente nos indicou o que estava " disponível no cardápio". Comemos uma bela carne do sol, com arroz, feijão e salada à um preço justo. Local simples, gostoso e atendimento nota 1000.
O roteiro para o dia seguinte era visitar a Cachoeira da Pancada Grande logo cedo e de lá seguir para Praia de Pratigi. Depois de um belo café da manhã, pegamos estrada.
Na BA-001, ao lado da ponte sobre o Rio Serinhaém, vimos a placa de acesso. Percorremos um trecho, cerca de 500m de estrada de barro rumo a cachoeira. Tudo muito organizado. Pelo que entendemos, a cachoeira está localizada em uma área que pertence a Michelin, então a empresa se encarrega de preservar a área. De fato, estava tudo muito bem sinalizado e limpo.
A cachoeira é estonteante, a queda de 60 metros chega a assustar tamanha potência da água. O caminho percorrido do estacionamento até a base da cachoeira é belíssimo. Plantas nativas, seringueiras, flores exóticas vão permeando o caminho até o "Gran finale". Próximo à cachoeira estão as ruínas da casa de máquinas de uma antiga usina hidrelétrica.
Ao lado da base, vimos uma escadaria que dá acesso ao topo da Cachoeira. Imaginamos o quanto essa vista deve ser linda, mas resolvemos não subir por conta dos pequenos.
Conclusão: a cachoeira é linda, porém, como o acesso é fácil e é um ponto turístico bem conhecido, é também bastante cheia também. Então recomendamos a visita para apreciação apenas e não com a idéia de "desfrutar o paraíso".
Cerca de 20 km dali chegamos a Praia de Pratigi, o acesso apesar de asfaltado, estava bastante ruim. Chegamos a uma enorme rotatória com algumas pousadas e seguimos o caminho da praia. Coqueiros por toda parte, mata atlântica exuberante e uma fauna peculiar. Pratigi é uma pequena vila de pescadores; um paraíso quase intocado. A região atualmente é um pólo de esportes de aventura, tais como mergulhos, rapel e trekking.
Um extensa faixa de areia branca e fina convida a longas caminhadas num horizonte sem fim. A praia é praticamente deserta: uma barraca de praia ali e outra aqui, nos acomodamos e fomos direto para água. Entrei com o SUP e meu marido com o longboard. A ausência de um canal para entrar, nos obrigou a "furar" as ondas. Remei no mar agitado, com muitos peixes pulando a todo momento ao lado da prancha. Mais adiante, meu marido pegou umas ondas "pequenas e gordinhas" com o longboard. Resolvi sair da água com o SUP e pegar o longboard. Tomei uma "capotada" na cabeça, a praia rodou, o som no ouvido abafou. No retorno, a pancada foi no braço esquerdo e pra completar quase me corto na quilha. Essa brincadeira me rendeu uma hematoma enorme no braço, que mais parecia uma pintura tribal. Resumindo a prancha é sua amiga, é o seu apoio em situação de perigo, mas se a onda vier... jogue ela o mais longe que puder, fique longe das quilhas- elas são verdadeiras navalhas e aconteça o que acontecer proteja sua cabeça. Ela se mantendo intacta, te dará condições de sair daquela situação. Embora esse desagradável episódio foi um dia lindo...afinal de contas, aventura é o nosso sobrenome e um pouco de emoção não faz mal a ninguém. É mais história pra contar, não é mesmo? :)
Adorei...vcs estão de parabens
ResponderExcluirmorro de vontade de sair pelo mundo a fora só de mochila nas costa e o vento na cara
lindos vcs;!!!!!
Que legal!!! É muito bom ouvir que as pessoas estão conseguindo se conectar com a gente e se identificar com a nossa história! Muito obrigado pelo carinho! Amor e paz!
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